quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ela era culpada, por isso escondia a verdade ofegante daqueles de almas pequenas,pobres infelizes  acorrentados à morte onde agora é o único refúgio dos que parcialmente colaboram para o julgamento sem ao menos compreender aquilo que se julga. Rezam, imploram aos deuses mais insanos, se tornam loucos e dançam à beira da insensatez à procura obsessiva dos olhos negros, fixos aos fios mentais que no momento se desligam.
O homem de voz tímida, revela-se em meio a náuseas a semblante face repulsante, recusando-se a ser infeliz e destrói todo o passado, tendo como aliado o tempo, que por si só é um completo veneno, o tempo meu caro não apaga nada, isso é mais uma das mentiras que os desumanos contam para amenizar a dor, levando com eles a certeza de que no fim tudo vai se eternizar, pobres inúteis, engolem goela abaixo a verdade que desce pela garganta rasgando-lhe tudo e depois vem a anestesia da memória meio falha e ela também passa.
As ruas agora estão cinzas, as pessoas estão mortas e alguém as faz acreditar que ainda possuem vida, com despojos de ficção. A garota, acusada reclama, procura abrigo, nas veias o ódio corre, consumindo-a, ela acende mais um cigarro, se enterra viva e se entrega ao suicídio mental, destruindo-se aos poucos achando que assim pode aliviar o sofrimento não apenas seu, mais de todos os mortais que existem sobre à Terra, pobre menina que queria mostrar amargamente o erro cometido pelos homens, agora sobre o simples acaso se deixa levar,ao som da música pregnada na mente faz uma escolha, onde ninguém tem o poder de interferência! Se deita no chão sujo, da sua velha casa a anos abandonada, agora volta trazendo a companhia da solidão. Deitada observa o teto, as telhas estão quebradas, enxerga a lua, e pensa: "Ah, como ela é linda" e se abraça, sorri como a muito tempo não fez,gargalhadas altas daquelas que faz doer a barriga, depois parece estátua, não há mais sorrisos, só uma prega no rosto de preocupação, olha pela última vez a lua, fecha os olhos, dessa vez para sempre.

A.V.O.A

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